quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Opinião do grupo

 Ao decorrer da história percebemos que o romantismo do conto foi quebrado assim que Deolindo descobriu que Genoveva não cumpriu com sua promessa e acabará se apaixonando e casando com outro moço e apesar do autor querer conduzir a crueldade para Genoveva porque ela simplesmente quebrou a promessa, partiu o coração de Deolindo e casou-se com outro, acreditamos que o Real vilão da história foi o próprio Machado de Assis, quer dizer, ele quis induzir o leitor a recriminar a conduta da mulher em detrimento dos preceitos do homem, sem ao menos expor as dificuldades da sua vida na ausência de Deolindo, sem relatar suas decepções, solidão e necessidades. Ela estava sozinha e teve uma oportunidade de ser feliz e ter sua vida estabilizada, não poderia viver presa a uma promessa claramente um pouco forçada da parte de Deolindo. Afinal, ele também poderia ter conhecido outra moça e se apaixonado, quem iria garantir que ela seria a única em sua vida? A incerteza da volta de Deolindo, a necessidade de mudar de vida, o efeito da solidão e a incerteza de um futuro foram motivos mais do que suficientes  para que ela abandonasse a promessa e resolvesse dá uma chance para o José Diogo e para si mesma, pois, estaria saindo de uma vida miserável para uma melhor e ainda seria amada por um homem que estava presente.
 A fidelidade de Deolindo não foi posta em evidência, pois, em nenhum momento ele foi assediado, o narrador apenas informa que em suas viagens algumas mulheres podiam ser do seu agrado, porém, não mostra nenhuma reciprocidade, talvez por ele não ser atraente, e se ele tivesse sido assediado? Será que teria recusado? O que não aconteceu com ele, aconteceu com ela.
 No fim acreditamos que os dois foram infiéis, acreditamos que um quis enganar o outro. A problemática ficou no valor que cada um deu a suas pretensões: ele, por carência afetiva; ela, por estabilidade. A infelicidade dela foi que sua máscara caiu primeiro e que o fato foi contado talvez por um homem de melhores condições socioeconômicas que as deles. Não tendo sensibilidade para analisar a vida de cada um, tomou partido pela figura masculina, condenando a outra parte pela quebra de um contrato verbal sem perspectiva de futuro, fazendo da personagem uma mulher fria e leviana, e do personagem um homem íntegro e fiel.

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